Esteve patente até 31 outubro, nos antigos Paços do Concelho – Praça da República de Viana do Castelo, uma das três mostras organizadas pela Fundação Bienal de Cerveira do artista belga Dacos (1940-2012). Esta exposição, que contou com o apoio da Câmara Municipal de Viana do Castelo e da Direção-Geral das Artes, percorreu, através de 43 gravuras, dois estados do trabalho do autor e das suas afinidades.
Segundo o Vice-Presidente da Fundação Bienal de Cerveira, Henrique Silva, “é quase a história da vida e da forma de Dacos, com um certo humor em alguns casos, de como ele viveu as relações que teve de trabalho, mas também de experiências de que ele foi rico e que enriqueceram muitos artistas”.
A Casa Museu de Monção (31 outubro a 30 novembro) e a Loja Interativa de Turismo de Valença (6 a 30 novembro) acolhem igualmente acolher mostras deste que foi um dos artistas homenageados na XVIII Bienal de Cerveira, que decorreu este ano e contou com mais de 80 mil visitantes. Dacos participou ao longo de mais de 20 anos nas atividades da Bienal. Desde a Escola de Belas Artes de Lisboa, a Sociedade Portuguesa de Gravadores, até à Cooperativa Árvore, este artista desenvolveu inúmeros ateliers de gravura, bem como intercâmbios de jovens artistas, portugueses e estrangeiros, com a Academia de Belas Artes de Liège.
Horário: segunda a domingo das 10h00 às 18h00 (3 a 31 outubro)
Sobre o artista Guy-Henri Dacos, 1940-2012
Autor de centenas de gravuras, litografias, offsets e serigrafias, o artista Dacos esteve representado em inúmeros museus, tendo colaborado com poetas, realizando livros de artistas, que combinam texto e imagens.
Tornou-se Professor na Academia de Belas Artes de Liège, em 1973, altura em que recebeu o Grande Prémio de Gravura da Cidade. Reconhecido como um excelente técnico, formou várias gerações de escritores. Investiu na vida artística coletiva através de numerosas organizações, incluindo o “Nouvelle poupée d’encre”.
Participou em inúmeras Bienais Internacionais, como as de Veneza, Florença e Grado Biella (Itália), Cracóvia(Polónia), Ljubljana (Jugoslávia), Bradford (Inglaterra), Frechen (Alemanha), Buenos Aires (Argentina), Cul des Sarts, Conde-Bonsecours e Liège (Bélgica), Paris, Lyon, e Chamaillères Conflans Ste Honorine (França), Ibiza (Espanha), Cerveira e Évora (Portugal), Maastricht (Holanda), e ainda Györ (Hungria).
Participou, ainda, em exposições internacionais em Lisboa, Estoril (Portugal), Wroclaw (Polónia), Barcelona, Cadaqués (Espanha), Belgrado (Sérvia), Carpentras, Lyon, Uzes Torre Aigues Castillon (França), Brunssum (Holanda) e München (Alemanha), entre outras.
Dacos colaborou com a Bienal de Cerveira durante mais de 10 anos, tendo sido responsável pelos ateliers de gravura não só nas Bienais de Cerveira, como em workshops organizados durante estes anos. Promoveu com a Árvore – Coop. de Actividades Artísticas do Porto, o intercâmbio de gravadores até 1995 e a partir dessa data com a Bienal de Cerveira, com um programa de colaboração e de estágios que se desenvolveram através da Associação “Poupée d’Encre” sedeada também em Liège e de que ele era Presidente.
Mestre gravador, muito contribuiu para o desenvolvimento da gravura no Norte de Portugal e foi co-responsável pela organização de exposições no Museu de Liège de artistas portugueses, no qual participou ativamente, não gostando, no entanto de escrever sobre si mesmo, razão porque lhe dedicamos estas linhas.