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Designação do projeto | Touring Cultural – Aldeias do Minho
Código do projeto | NORTE-06-3928-FEDER-000017
Objetivo principal | O presente projeto tem como objetivo a qualificação e a animação social, cultural e económica das Aldeias do Minho, isto é, aquelas aldeias que apresentem uma vocação turística e com capacidade de atração de turistas e visitantes, através do desenvolvimento das seguintes ações:

i) Ação 1. Programa de Animação cultural e social das Aldeias do Minho;
ii) Ação 2. Promoção e Comunicação;
iii) Ação 3. Gestão e Coordenação.

Região de intervenção |Nut´s III Cávado, Ave e Alto Minho
Entidades beneficiárias |CIM Alto Minho, CIM Ave e CIM Cávado.

Data de aprovação | 11/10/2018
Data de início | 01/01/2018
Data de conclusão | 30/11/2023
Custo total elegível | 819.623,08€
Apoio financeiro da União Europeia | 714.033,66€ FEDER (86%)
Apoio financeiro público nacional/regional |105.589,42€

A iniciativa inseriu-se no Programa de Intervenções Artísticas e Comunidade “NO MINHO NÃO HÁ ALDEIA MELHOR DO QUE A MINHA!”, promovido pelo consórcio MINHO IN que integra os 24 municípios do Minho.

Descrição do projeto

A Fundação Bienal de Cerveira foi co beneficiária do projeto âncora “PA3. Touring Cultural – Aldeias do Minho” (OPERAÇÃO: NORTE-06-3928-FEDER-000017), aprovado pelo PO Norte 2020 no âmbito do PROVERE – Programa de Valorização Económica de Recursos Endógenos (Estratégias de Eficiência Coletiva PROVERE – Projetos Âncora).

Este projeto teve como objetivo a qualificação e a animação social, cultural e económica das Aldeias do Minho, isto é aquelas aldeias que apresentem uma vocação turística e com capacidade de atração de turistas e visitantes, através do desenvolvimento das seguintes ações:

  1. Ação 1. Programa de Animação cultural e social das Aldeias do Minho;
  2. Ação 2. Programam de Intervenção Artística das Aldeias do Minho;´
  3. Ação 3. Promoção e Comunicação
  4. Ação 4. Gestão e Coordenação.

Neste sentido, a Fundação Bienal de Arte de Cerveira, F. P. foi responsável pela iniciativa “Programa de Intervenção Artística das Aldeias do Minho: Organização e Promoção Transversal  – Comissariado, organização da Iniciativa, catálogo e promoção” que compreendeu a realização de intervenções artísticas resultantes da imersão de artistas em contextos específicos. As intervenções artísticas propostas partiram de contextos de fixação temporária dos criadores em povoados eminentemente rurais. Os locais e seus recursos deviam conter uma dimensão de interesse capaz de gerar visita turística, a enriquecer por via destas intervenções cujo processo criativo também pode ser produto turístico, com interação dos turistas e comunidade local. Na atividade da Fundação Bienal de Arte de Cerveira, F. P. foram tidos em consideração os seguintes domínios:

1. Comissariado e curadoria da iniciativa incluindo:

  1. Desenvolvimento do conceito;
  2. Seleção temática;
  3. Identificação e convite dos artistas;
  4. Articulação com as diversas entidades.

2. Organização e promoção transversal da iniciativa incluindo:

  1. Os contactos com os 24 municípios do Minho e estruturas de acolhimento
  2. O acompanhamento dos artistas;
  3. Identificação das condições de alojamento e logística

3. Identificação dos espaços para a realização das residências artística;

4. Identificação dos artistas (nacionais e estrangeiros) a convidar através de preenchimento de formulário padrão;

5. Comunicação e Divulgação da iniciativa, incluindo:

  1. Contactos com os órgãos de comunicação social e com os críticos artísticos;
  2. Elaboração de notas de imprensa, press releases e webmails;

6. Organização do Portfolio e realização de exposições ou evento(s) dedicado às obras criadas durante a permanência na residência artística;

7. Elaboração de texto e contextos da publicação online para posterior impressão.

Este projeto pretendeu desafiar artistas a realizar residências e intervenções artísticas que partissem de contextos iminentemente rurais/aldeias, nos termos do que se designam como territórios de baixa densidade populacional, dos 24 municípios integrados na ação das Comunidades Intermunicipais do Alto Minho, Ave e Cávado, organizadas num consórcio que representa 24 municípios.

As intervenções artísticas deveriam consubstanciar-se em obras de espaço público que refletissem uma leitura das memórias visual e sonora dos lugares. Não obstante, os locais de implementação dos objetos artísticos poderiam, como se verifica em algumas situações, não ser os mesmos que deram origem ao processo criativo, devendo antes articular-se com estratégias transversais de intervenção dos municípios.

As propostas artísticas deveriam, assim, partir de contextos de fixação temporária dos criadores em povoa 2 3 dos eminentemente rurais e deveriam ter uma existência corpórea visual e sonora. A base do trabalho de investigação esteve nas peculiaridades e tradições que resistem ao tempo e que se revestem de interesse para lá da preservação da memória, ou seja, que continuam a marcar dinâmicas quotidianas e se constituem como eixos de autenticidade do potencial humano que habita os lugares. Os locais em seus recursos deveriam conter uma dimensão de valor capaz de gerar visita turística, a enriquecer por via destas intervenções, resultando em objetos artísticos de interesse, mas cujo processo criativo deveria merecer a participação e a interação com as comunidades locais. Neste sentido, pretendia-se a concretização de uma obra no campo das artes plásticas e visuais (com 2 ou 3 dimensões), com um caráter perene e à qual se associe um elemento sonoro relacionado com a envolvente natural e cultural. A sugestão de artistas privilegiou os que cruzam campos disciplinares distintos, por forma a criar objetos artísticos que tenham imagem e som e sejam o reflexo de um elemento único de cada lugar.

O projeto deveria favorecer o convite a artistas da região do Minho, naturais ou residentes nos 24 municípios envolvidos, não tendo sido esta condição exclusiva para as escolhas que se procuraram adequar aos interesses de cada um dos municípios. Ao longo dos sete meses de implementação do projeto em todo o território, o que se configurou como uma grande aventura para todos nós, descobrimos um Minho plural, que vai do mar à serra, que cruza as Espanhas e toca Trás-os-Montes, que é de museus e paisagem, industrial e rural, de romarias e Património, marcado pela diáspora e pelo verde da festa pagã em honra do santo!

As obras de arte que resultaram deste conjunto de intervenções ressignificaram os lugares, descobriram e revelaram velhas e novas identidades e lançaram um novo olhar sobre um lugar imenso onde cabemos todos e onde será sempre difícil definir o que é rural e o que é urbano, sendo apenas afirmativo que é de pertença e de justiça que cada lugar é melhor porque é nosso.

Sem haver qualquer competição implícita ao resultado das intervenções artísticas, o projeto procurou recuperar o espírito de despique saudável dos arraiais minhotos e dos cantares ao desafio, usando a expressão que dá significância ao projeto “No Minho, não há aldeia melhor do que a minha!”.

Helena Mendes Pereira, curadora do projeto

Publicação “Amar o Minho”

Vídeos do projeto