Integrando a XXI Bienal Internacional de Arte de Cerveira, a exposição “De casa para um mundo…” revelou-se um projeto de sucesso que se encontra em itinerância. A Biblioteca Municipal Professor Machado Vilela, em Vila Verde, é o próximo espaço que irá acolher esta mostra que reúne obras de 15 escritores, 15 artistas plásticos e 15 compositores. A inauguração decorrerá dia 11 de setembro, às 16h00.
Depois de Monção, Matosinhos e Vigo, a Biblioteca Municipal Professor Machado Vilela, em Vila Verde, acolhe a exposição “De casa para um mundo…”, um projeto artístico inédito concebido por Manuel de Novaes Cabral e Sobral Centeno que reuniu, em tempos de pandemia, nomes bem conhecidos das artes visuais, literatura e música contemporânea.
No total são apresentadas obras de 15 escritores + 15 artistas plásticos+ 15 compositores, colocando em diálogo criadores que não se puderam encontrar, mas que comunicaram através da arte. A iniciativa conta, ainda, com a colaboração dos Designers Beatriz Horta Correia, Francisco Providência, Joana Machado, Miguel Gaspar e Nuno Coutinho.
Recorde-se que este é um projeto artístico inédito que reuniu, em tempos de pandemia, nomes bem conhecidos das artes visuais e da literatura contemporânea. Maria de Fátima Lambert é a curadora desta exposição que integrou mais tarde, por sugestão de Paula Freire, a área da música.
Horário: segunda a sexta-feira • 9h30-13h00 • 14h30-18h30
Artistas representados:
• Capicua, Albuquerque Mendes e Ana Seara
• Afonso Reis Cabral, Ana Fonseca e Pedro Pinto Figueiredo
• Daniel Maia-Pinto Rodrigues, Ana Pérez-Quiroga e Sara Carvalho
• Bernardo Pinto de Almeida, António Olaio e Nuno Peixoto de Pinho
• Pedro Eiras, Avelino Sá e Jaime Reis
• João Gesta, Cristina Ataíde e Ângela da Ponte
• Paulo José Miranda, Francisco Laranjo e Inês Badalo
• Francisco Duarte Mangas, Graça Pereira Coutinho e António Pinho Vargas
• Maria do Rosário Pedreira, Isaque Pinheiro e Carlos Marecos
• Rosa Alice Branco, Susana Piteira e Francisco Monteiro
• Nuno Higino, Jorge Abade e Carlos Caires
• Gonçalo M. Tavares, Pedro Calapez e Sérgio Azevedo
• Hugo Mezena, Pedro Tudela e Isabel Pires
• Manuel Novaes Cabral, Sobral Centeno e Luís Soldado
• Filipa Leal, Zulmiro de Carvalho e António Victorino D’Almeida
Designers:
• Beatriz Horta Correia
• Francisco Providência
• Joana Machado
• Miguel Gaspar
• Nuno Sá-Coutinho
Agenda de itinerâncias 2020/2021:
• 24 de outubro a 28 de novembro de 2020 \ Galeria de Arte CTJV, Monção
• 10 de maio a 26 de junho de 2021 \ Galeria da Biblioteca Municipal Florbela Espanca, Matosinhos
• 13 a 30 de julho de 2021 \ Centro Cultural Português do Camões, Instituto da Cooperação e da Língua, I.P., em Vigo
• 11 de setembro a 8 de outubro de 2021 \ Biblioteca Municipal Professor Machado Vilela, Vila Verde
Texto da curadora, Maria de Fátima Lambert:
“Da Casa para um Mundo”
Lembremos que Nietzsche afirmava a felicidade contida nas coisas pequenas… de casa para um mundo… As conversas iniciaram-se em meados de março, de 2020, via facetime, com o Sobral Centeno e Manuel Cabral. Aceitei o desafio para fazer a curadoria de casa para um mundo… Qual mundo, perguntei-me, perguntamo-nos, duvidamos? E concluímos, que pretendíamos incentivar a criatividade no isolamento que afeta[va] a todos, assim como ativar o conjunto de criadores, que não se poderia encontrar, mas que comunicaria entre si. Os artistas plásticos concretizaram as suas peças bidimensionais a partir das 15 palavras enviadas pelos escritores e poetas. Surgiram, perante todos nós, e gradualmente, excertos de 15 mundos de 15 escritores concentrados nas respetivas 15 palavras enviadas aos 15 artistas. Das palavras, dos pensamentos e dos atos resultaram 15 obras imprevistas e sublimes, fruto de técnicas várias. E, por sugestão de Paula Freire, a música associou-se ao projeto, tendo sido endereçado convite a 15 compositores que, por sua vez, desenvolveram peças musicais, tomando como estímulo as obras das duplas escrita-imagem [+ som]. Destaque-se a participação de 5 Designers que criaram 5 imagens para divulgação do projeto. Beatriz Horta-Correia, Francisco Providência, Joana Machado, Miguel Gaspar e Nuno Coutinho pensaram e lançaram imagens gráficas livres para um devir. Por então, estavam ainda no desconhecimento das obras que resultariam desta tripla cumplicidade interartes. Após a exposição ter acontecido presencialmente, no âmbito da 21ª Bienal de Arte de Cerveira, alocada no Solar dos Castros, e de ter sido partilhada, paralelamente online, através de visita comentada, mesas-redondas e depoimentos dos protagonistas, em streaming e gravados, as obras começaram a viajar. A primeira itinerância foi até à Galeria de Arte do Cine Teatro João Verde em Monção. Mais recentemente estiveram expostas na Galeria da Biblioteca Florbela Espanca, a convite da presidente da Câmara Municipal de Matosinhos. Chega este conjunto de obras únicas e originais à Galiza, num périplo que muito nos apraz. Entre os sons das palavras e das peças musicais, as imagens reverberam a convicção de estar num mundo em que a presença humana é urgente e lúcida.
NOTA: Para usufruir desta exposição – abraçando a leitura dos textos, contemplando as obras plásticas e ouvindo as composições musicais – posicione-se próximo de cada uma das obras (e longe das pessoas) e dirija os seu olhar: leio a legenda, o texto e – através do seu telemóvel, com aplicação para leitura de QR Code, ouça as peças musicais. Tudo isso é a arte feliz.