Skip to main content

Exposição “100 anos do nascimento de António Sampaio” | inauguração sábado, 7 maio

AntónioSampaioeapinturapoética

A Fundação Bienal de Arte de Cerveira recorda o percurso artístico-poético de António Sampaio (1916-1994), conhecido como o “pintor mais bonito do Porto”, que residiu na ‘vila das artes’ na década de 80. O Fórum Cultural acolhe, assim, de 7 de maio a 18 de junho, uma mostra de cerca de 75 obras do artista, realizadas entre 1942 e 1994, na maioria pertencentes à coleção dos herdeiros do pintor.

A relação de António Sampaio com Vila Nova de Cerveira remonta a 1978. Participa na primeira edição da Bienal Internacional de Arte de Cerveira e compra casa na freguesia de Gondarém, que começa a restaurar a partir de 1979. “Assinalar os 100 anos do seu nascimento teria, necessariamente, que começar por Vila Nova de Cerveira e pelo espaço da Bienal que António Sampaio ajudou a criar”, explica Helena Pereira, comissária da exposição.

Para a posterioridade ficou a fotografia que registou a criação da obra “Pintura-Poema”, na primeira edição da Bienal de Cerveira, que serve agora, passados 38 anos, de mote para o cartaz do ciclo de exposições “100 anos do nascimento de António Sampaio”, que inaugura, pela primeira vez, em Vila Nova de Cerveira, este sábado (16h00).

A Bienal Internacional de Arte de Cerveira começa em 1978 no seguimento das quatro anteriores edições dos Encontros Internacionais de Arte (Valadares, Póvoa de Varzim, Viana do Castelo e Caldas da Rainha) promovida pelo Grupo Alvarez. A organização, que toma o pintor Dominguez Alvarez (1906-1942) como mestre, tem em Sampaio e Jaime Isidoro (1924-2009) os principais propulsionadores. Segundo Helena Pereira, “para além da obra, onde se incluem desenhos, aguarelas, tapeçarias e, sobretudo, óleos em que a paleta de cor revela a subtileza do artista, nesta exposição os públicos poderão ver alguns objetos pessoais do pintor, onde se inclui a correspondência com artistas e intelectuais seus contemporâneos”.

António Sampaio nasceu em Vila Nova de Gaia em 1916 no seio de uma família de classe média alta. Aos 14 anos inscreveu-se, sem o conhecimento do pai, no Curso Preparatório da Escola de Belas Artes do Porto. É neste período que tem oportunidade de conviver com artistas plásticos e arquitetos, ingressando, efetivamente, em 1932, no Curso Especial de Pintura da Escola Superior de Belas Artes do Porto e, entre 1937 e 1944, no Curso Superior de Pintura desta mesma instituição. António Sampaio conciliou o seu percurso académico com o trabalho na Cerâmica Lusitânia e posteriormente como docente do ensino secundário.

Expôs desde 1941 até 1993, em Portugal e no estrangeiro, tendo participado, igualmente, em inúmeras mostras coletivas patentes em instituições como a Sociedade Nacional de Belas-Artes, o Secretariado Nacional de Informação, o Museu Nacional Soares dos Reis ou o Museu Municipal Amadeo de Souza-Cardoso.

As viagens fizeram sempre parte da sua vida, sendo que, a sua visita a Paris (1947) marcou a sua pintura e o seu percurso pictórico. Em Paris frequentou as academias La Grande Chaumière e Julian, os ateliers dos pintores André Lhote (1885-1962) e Fernand Léger (1881-1955) e o atelier de fresco de Duco de La Haix, assim como a Escola de Belas Artes. Conviveu com Júlio Resende (1917-2011) Nadir Afonso e com o poeta André Figueiras. Passou pelo atelier de Vieira da Silva (1908-1992) e Arpad Szenes (1897-1985) e fez gravura, estudos de nus, cenas de interior e vistas citadinas, entre outros.