História

A Bienal mais antiga do país e da Península Ibérica

Exposição na Casa do Povo
Exposição na Casa do Povo (atual Pavilhão Municipal de Desportos), I Bienal Internacional de Arte de Cerveira (1978). Fotografia por: Ursula Zangger.

Após a transição para a democracia no ano de 1974, Portugal conhece uma ânsia de intervenção artística, de disseminação das artes, de troca de experiências em liberdade, sem os constrangimentos existentes durante o Estado Novo.

Os principais movimentos artísticos ocorriam nas cidades, especialmente em Lisboa. Logo em 1974, surgem os ENCONTROS INTERNACIONAIS DE ARTE, que pretendiam estimular a criatividade artística nos jovens e conseguir a descentralização cultural, num país com fortes carências. Ao empenho interno correspondia a curiosidade externa pelo trabalho artístico que se desenvolvia num Portugal, até então fechado, desconhecido, que conseguira o feito de quebrar um regime ditatorial sem violência. É este ambiente que se vive no ano de 1978, quando se prepara a organização da V edição do evento. Jaime Isidoro, artista de referência nacional, recebe o desafio, pelo então presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira, Eng.º João Lemos Costa, de levar a arte contemporânea até ao espaço rural. É assim que se decide pela organização da V EDIÇÃO DOS ENCONTROS INTERNACIONAIS DE ARTE em Vila Nova de Cerveira, dando origem à 1.ª edição da Bienal Internacional de Arte de Cerveira.

Desde então, passados 42 anos, a Bienal Internacional de Arte de Cerveira afirma-se como um dos acontecimentos mais marcantes das artes plásticas no nosso País. Afigura-se difícil identificar artistas nacionais hoje consagrados que não estiveram presentes no evento durante a sua carreira, alguns dos quais tendo aqui a primeira oportunidade de apresentação pública do seu trabalho. Nomes como José Rodrigues, Henrique Silva, Artur Bual, Albuquerque Mendes, Fernando Lanhas, Paula Rego, Vieira da Silva, Nadir Afonso, António Quadros, Pedro Cabrita Reis, Rui Anahory, entre muitos outros.

De acrescentar que ao longo das suas 20 edições o evento teve como diretores artísticos: Jaime Isidoro, José Rodrigues, Henrique Silva, Augusto Canedo e, desde 2017, Cabral Pinto.