O artista colombiano Ricardo Muñoz Izquierdo é o último residente do Programa de Residências Artísticas 2014. O seu trabalho “Sketchbooks, Murales y Derivas de Ciudad”, na área das artes visuais, tem por base a sua experiência de residência. Saiba um pouco mais sobre este projeto.
A metodologia baseou-se na realização de desvios por diferentes espaços e lugares da vila, registando por meio de fotografias e apontamentos em cadernos, o entorno e os seus objetos, as personagens, os imaginários, os sonhos, as perversões da imaginação, as ironias e perversões do olhar, a monstruosidade das fábulas, as lendas populares e as personagens históricas do lugar. “A ideia principal era fazer um mural baseado do caderno, mas não foi possível pela falta de murais cá na vila”, referiu Ricardo Muñoz enquanto nos mostra os seus desenhos no caderno de registos.
O seu trabalho serve-se de uma estética irónica e sinistra, onde se escreve o diário do recorrido por meio de técnicas mistas, colagem e bricolagem, como estratégias de criação de imagens. Sobre a experiência da residência diz que foi muito positiva, apesar das diferenças culturais e climatéricas.
“Em Colômbia prosperam novos espaços independentes para artistas, com apoio do Ministério de Cultura”, refere, acrescentando que já teve oportunidade de trabalhar com artistas que lhe são referência.
O resultado desta residência ficou plasmado e documentado numa parede interior da Fundação Bienal de Cerveira, sendo que, segundo o artista, “também o que não será visível estará aqui, o recordado e o desejado, para além de algumas coisas que não existem”.