A Coleção da Fundação Bienal de Arte de Cerveira volta a estar patente ao público, no Museu Bienal de Cerveira, na mostra “Ainda a Coleção e os seus Artistas”. Mas esta é apenas uma das exposições que inaugura no próximo sábado. “Do outro lado” dá a conhecer o resultado da residência artística dos brasileiros Jayme Reis e Zélia Mendonça.
A exposição da Coleção Museu Bienal de Cerveira pode ser revisitada a partir do dia 30 de novembro (sábado), através de uma seleção de cerca de 40 artistas, dos curadores Cabral Pinto e Helena Mendes Pereira. Propõe-se, assim, uma reaproximação histórica e física ao panorama artístico português e internacional, que é também reflexo da própria evolução da arte contemporânea.
“Do outro lado”, por sua vez, convida o público a conhecer o resultado de um mês de residência artística, realizado na Casa do Artista Jaime Isidoro pelos brasileiros Jayme Reis e Zélia Mendonça.
Segundo Zélia Mendonça, a sua exposição “Tramas” propõe uma reflexão sobre o colonialismo com enfoque nos ciclos económicos do Brasil Império e os seus desdobramentos na República Brasileira e contemporaneidade. “Aborda elementos tanto de miscigenação quanto de exploração, num enredo que tem como palco principal a Amazónia e outras regiões do país que sofreram com a chegada dos europeus”, explica a artista.
Já o trabalho de Jayme Reis, apresenta linoleogravuras, desenhos e manipulação fotográfica a partir da temática “Um dia na vida de Diogo Cão”. Segundo o artista, os seus trabalhos “nascem do desenho diletante de guardanapos na mesa do café ou do bar. Nascem em anotações em blocos de viagem, nascem sem compromisso algum, até mesmo de se transformarem um dia em xilogravuras ou linoleogravuras, que é a técnica que me interessa em se tratando de imagens seriadas”. A curadoria é de Helena Mendes Pereira.
NOTAS BIOGRÁFICAS:
Jayme Reis (1958) nasceu em Itabira, Minas Gerais, Brasil. É um artista plástico autodidata, multidisciplinar. Explora a diversidade de linguagens – cerâmica, objetos, desenho, gravura, fotografia e arte digital, procurando expressões limítrofes de linguagem e de géneros. Expõe coletiva e individualmente desde 1982, em espaços públicos e galerias particulares no Brasil e além-fronteiras. Em 2018 é um dos artistas premiados na XX Bienal internacional Arte de Cerveira com a obra “A Origem do Universo”. Com o título “A Reconstrução do Templo” participou como artista convidado da terceira edição da Bienal Internacional de Gaia, 2019.
Zélia Mendonça (1957) é uma artista visual autodidata e doutora honoris causa em arte e cultura pela Faculdade de Ciências e Artes Lauro de Freitas, Universidade Unip Pólo Lauro de Freitas, Faculdade de Ciências e Artes de Paris, Conselho de Defesa dos Direitos Humanos, Comissão de Educação/Lauro de Freitas, Bahia. Em 2008, recebe o Prémio Vitória Alada, Ordem dos Parlamentares do Brasil, São Paulo, Brasil; e, em 2014, recebe a Comenda da Liberdade e da Cidadania, Fazenda do Pombal, D.F., Brasil. As distinções vêm reconhecer a dimensão cívica e interventiva da sua personalidade que a levam a encontrar na Arte, mais do que um meio de expressão, uma forma de afirmação de ideias e valores vinculados, sempre, à observação atenta e preocupada que faz do seu Brasil.
Artistas representados da Coleção: Amaral da Cunha (PT), Américo Silva (PT), Ana Hatherly (PT), Ana Maria Pintora (PT), Ana Pimentel (PT), António Sampaio (PT), Artur Moreira (PT), Carlos Casteleira (FR), Daniela Steele (BR), David De Almeida (PT), Eduardo Nery (PT), Isabel Cabral & Rodrigo Cabral (PT), Jaime Isidoro (PT), Jorge Llopis (ES) , José Rodrigues (AO), Lauren Maganete (PT), Manuel Dias (PT), Márcia Luças (PT), Mário Ferreira Da Silva (PT), Martinho Costa (PT), Rui Anahory (PT), Rui Ferro (AO) & Marta Lima (PT), Samuel Rama (PT) e Susana Bravo (PT)
Datas: 30 de novembro de 2019 a 8 de fevereiro de 2020
Local: Museu Bienal de Cerveira, Fórum Cultural de Cerveira
Inauguração: 30 de novembro (sábado), 16h00
Horário: terça a sexta-feira: 15h00 às 19h00; sábados e feriados: 10h00 às 13h00; 15h00 às 19h00