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O artista galego Manuel Facal inaugurou a programação de 2017 da Fundação Bienal de Arte de Cerveira (FBAC) com uma exposição individual de gravura e tapeçaria. A mostra “Cosidos – Códices Ocultos” apresentou ao público 25 obras de arte referentes à evolução do artista nos últimos 10 anos.

O coordenador artístico e de produção da FBAC, Cabral Pinto, descreve-o como “um artista de personalidade inquieta, de espírito inesgotavelmente pesquisador, sempre na vanguarda”. Criador multidisciplinar, Manuel Facal é um pintor e escultor abstrato, mas é no domínio das técnicas da gravura que se destaca, tendo executado trabalhos para grandes artistas, como o surrealista Miró.

Atualmente baseia o seu trabalho nos fundamentos estéticos e expressivos que se encontram nos “sobrecosidos”, linha artística que apresenta até 18 de fevereiro, no Fórum Cultural de Cerveira.

Em Vila Nova de Cerveira mostrou maioritariamente obras de formato circular, com cerca de dois metros de diâmetro, que combinam com os seus primeiros trabalhos de conceção pobre da arte, nos quais o artista intervinha em telas sem moldura, costuradas com fios, cordões, etc..

Foram também apresentadas peças num formato de moldura circular cujo cromatismo austero vestia a presença das obras, “aludindo a vistas aéreas de terra e mar, por vezes desoladas e queimadas e a outras naturezas astrais, daí títulos como Sirgo, Avalo, Orfico, Algae, etc.”, explicou a curadora da exposição Isabel Trancoso.

Apelando, ainda, à imaginação do espetador, foram expostas quatro obras que falam de livros fechados, apresentando um formato singular.

Apesar de manter ao longo dos tempos múltiplas influências artísticas, como Picasso e o galego Urbano Lugrís, Manuel Facal “preserva a sua personalidade, agressiva e lírica, ao mesmo tempo idealista, impondo nos seus trabalhos uma carga dinâmica e emocional apreciada na obra deste grande artista”, sublinha Cabral Pinto.

Manuel Facal estudou Engenharia Técnica em Vigo, mas abandonou o curso para se dedicar inteiramente ao mundo arte, tendo iniciado a sua carreira nos anos 70. Viveu em diversos lugares (França, Londres, Barcelona, Porto Rico, Noruega e Sitges), tendo-se mudado em 1987 para a serra malaguenha, onde mantém o seu estúdio.

Encontra-se representado em algumas das Coleções mais importantes do mundo: Museo de Arte Contemporáneo (Caracas, Venezuela); Kunstmuseum Municipal (Dusseldorf, Alemanha); Irving Trust Company (New York, E.U.A.); The Cipp Permanent Collection (Brasil); Congress Library (Washington, E.U.A.); Museo Royal Albert (Bruxelas, Bélgica); Oslo Comunes Kunstsamlinger (Oslo, Noruega); Museo da Fundación Gulbenkian, (Lisboa); Franklin Furnace Legacy, MOMA, (New York, E.U.A.): entre outros.


Local: Fórum Cultural de Cerveira | Avenida das Comunidades Portuguesas S/N 4920-275, Vila Nova de Cerveira

Horário: terça a sexta-feira: 15h00 às 19h00; sábados e feriados: 10h00 às 13h00; 15h00 às 19h00